quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Avião da AirAsia despenhou-se no mar em três minutos com copiloto aos comandos

por LusaHoje
O líder do Comité Nacional para a Segurança dos Transportes indonésio em conferência de imprensa
O líder do Comité Nacional para a Segurança dos Transportes indonésio
em conferência de imprensa Fotografia © EPA


Relatório preliminar indica que o copiloto francês Rémi Plésel estava aos comandos do aparelho quando este caiu no mar de Java, com 162 pessoas a bordo.
O copiloto francês Rémi Plésel estava aos comandos do avião da AirAsia que demorou três minutos a despenhar-se no mar de Java, no mês passado, com 162 pessoas a bordo, revelaram hoje investigadores, sem facultar a causa do acidente.
O Airbus A320-200 da companhia aérea de baixo custo malaia desapareceu dos radares cerca de meia hora depois de descolar da cidade indonésia de Surabaia com destino a Singapura, após um pedido para ganhar altitude devido a condições meteorológicas adversas.
Segundo elementos recolhidos durante a investigação, o aparelho fez um aumento abrupto de altitude antes de se despenhar no mar.
Com base nos dados das caixas negras -- o registo de parâmetros de voo e o das conversas no cockpit --, os investigadores apresentaram um relatório preliminar à Organização Internacional da Aviação Civil, obrigatório 30 dias após a data do acidente.
Hoje, o Comité Nacional de Segurança dos Transportes da Indonésia revelou que o copiloto francês Rémi Plesel estava aos comandos do Airbus, em substituição do comandante de bordo indonésio Iriyanto, um ex-piloto da Força Aérea experiente, que "supervisionava o voo", declarou o responsável pela investigação do comité, Mardjono Siswosuwarno.
Ertata Lananggalih, um outro investigador, confirmou que o piloto tinha procedido a uma ascensão brusca. No espaço de 30 segundos, o avião passou de uma altura de 32.000 pés (9.700 metros) para 37.400 pés (11.400 metros), antes de iniciar a rota de queda em direção ao mar de Java que demorou três minutos.
Os investigadores também indicaram ter sido detetada a presença de cúmulos-nimbos na zona, com as nuvens de tempestade a atingiram uma altura de até 44.000 pés, aquando do acidente, apesar de recusarem afirmar que o avião voo na sua direção.
Mardjono Siswosuwarno disse também que a aeronave estava em boas condições.
O documento da investigação preliminar não foi tornado público. Mas, segundo os investigadores, o relatório final, a concluir dentro de sete a oito meses, será divulgado.
Até ao momento, foram resgatados 72 corpos de um total de 162 pessoas que seguiam a bordo do avião da AirAsia. As operações prosseguem para tentar reencontrar os restantes, mas o exército indonésio deu por findos, esta terça-feira, as tarefas de recuperação dos destroços, depois de terem fracassado os esforços para resgatar a fuselagem do fundo do mar.
Artigo Parcial

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Pilotos de Campos fizeram trajeto de descida diferente do previsto, diz FAB

Para Aeronáutica, ainda não é possível indicar causa da queda de avião.
Agência de Aviação Civil diz que pilotos tinham licença e habilitação válidas.

Renan Ramalho Do G1, em Brasília
A coleta dos dados sobre o acidente aéreo que matou o ex-candidato à Presidência da República Eduardo Campos em agosto do ano passado mostrou que os pilotos realizaram um trajeto diferente do oficialmente previsto para realizar o pouso, informaram durante apresentação realizada nesta segunda-feira (26), em Brasília, oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
AS AFIRMAÇÕES DO CENIPA SOBRE O ACIDENTE
Os pilotos fizeram um trajeto diferente do previsto na carta de recomendação
Ainda não é possível dizer que houve falha humana.
Até o momento, não foi identificada falha técnica da aeronave
Estão descartadas colisões com aves, veículos não tripulados (Vants) ou outros objetos no ar.
Não houve incêndio na aeronave antes da queda
O avião não caiu de cabeça para baixo.
A velocidade do avião no momento do pouso era superior à recomendada.
O avião estava com uma inclinação de 38 graus negativos no momento da queda
O trem de pouso estava recolhido na primeira tentativa de pouso antes da queda
O áudio encontrado nas investigações não é o do dia do acidente..
Fonte: Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa)
Tanto na descida inicial para a pista da Base Aérea de Santos, quanto na arremetida (quando o avião sobe de volta no momento em que não consegue aterrissar na primeira vez), os radares captaram um percurso diferente do recomendado no mapa. Durante esse trajeto, a tripulação também não informou precisamente os locais por onde passava nos momentos em que isso é exigido.
Segundo o tenente-coronel Raul de Souza, o piloto fez trajeto "diferente" do previsto na carta. "A gente não pode concluir que ele tenha feito um atalho. Ele fez um procedimento diferente do que estava previsto", afirmou (veja na imagem acima).
A comparação entre o trajeto recomendado e o efetivamente realizado pela aeronave mostra que os pilotos “encurtaram” o pouso. Em vez de fazer um caminho dando uma volta no formato de um 8, eles tomaram uma rota manobrando à direita para descer o jato.
“O comum é seguir [a rota]. Está previsto em regulamento”, declarou  o chefe da Cenipa, Dilton José Schuck.
Os responsáveis pela análise, porém, disseram que ainda não é possível concluir se esse fator contribuiu para o acidente nem se houve erro dos pilotos.
Essa avaliação ainda será feita pelos técnicos da Cenipa, que não têm como atribuição apontar causas do acidente, mas fazer recomendações para evitar novas ocorrências e situações de risco.
No último dia 16, o jornal "O Estado de S. Paulo" afirmou que o acidente teria sido motivado por uma sequência de erros do piloto. "A gente não pode afirmar que houve falha humana ainda", afirmou o tenente-coronel Raul de Souza.
Imagem mostra o trajeto feito pelo piloto antes da queda (linha vermelha) e a trajetória recomendada (linha preta) (Foto: Reprodução/Cenipa)Imagem mostra o trajeto feito pelo piloto antes da queda (linha vermelha) e a trajetória recomendada (linha preta) (Foto: Reprodução/Cenipa)
"Ainda estamos entrando nessa fase de análise para chegarmos às conclusões. Nós ainda vamos interpretar esses dados para a gente chegar ao momento em que a gente diga: 'sim, isso contribuiu" ou 'não, isso não contribuiu'", afirmou o chefe do Cenipa, brigadeiro-do-ar Dilton José Shuck.
Habilitação
De acordo com os documentos da tripulação, tanto o piloto, Marcos Martins, quanto o copiloto, Geraldo Magela Barbosa, tinham habilitação para voar em modelos anteriores (Cessna C560 Encore ou C560 Encore+), e não no modelo utilizado (um Cessna C560XLS+), mais moderno.

Paineis do modelo para o qual os pilotos tinham habilitação (esq.) e do modelo que conduziam (dir.)  (Foto: Reprodução / Cenipa)Paineis do modelo para o qual os pilotos tinham habilitação (esq.) e do modelo que conduziam (dir.) (Foto: Reprodução / Cenipa)
Para chegar à habilitação do modelo utilizado, o piloto deveria passar por um novo treinamento e o copiloto, por um curso completo sobre a nova aeronave. A distinção entre as habilitações para as diferentes aeronaves, no entanto, foi definida pela Anac pouco mais de um mês antes do acidente, no dia 3 de julho.
Questionado se isso desqualificava os pilotos para operar o avião, o major Carlos Henrique Baldin disse que não.
“Para nós do Cenipa, o mais importante é saber se estavam em condições de treinamento e qualificação compatíveis com aquele equipamento e com as condições de meteorologia. A questão de estar habilitado formalmente ou não não é tão importante assim, é questão mais administrativa. Tem que perguntar à Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] para saber, por que [a norma sobre habilitações] estava em transição. Habilitação é questão administrativa que a Anac tem que ver”, respondeu.
Anac
Em nota divulgada à imprensa após a apresentação da Cenipa, a Anac informou que piloto e copiloto tinham habitação válida para “operar todas as aeronaves desta família para as quais eles estivessem treinados”, o que inclui os três modelos do Cessna.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, somente no momento da renovação da habilitação, eles teriam que comprovar ter realizado um treinamento adicional para poderem continuar voando no modelo XLS+.
“O piloto e o copiloto estavam aptos e em situação regular para voar”, informou ao G1 a assessoria da Anac. Os registros do órgão mostram que, antes do acidente, o piloto Marcos Martins já havia realizado mais de 90 voos no modelo que caiu. A Anac ainda esclareceu que a norma que detalhou os tipos de habilitação para os modelos do Cessna foi feita para tornar o processo “ainda mais específico e completo”.
Condições técnicas
Durante a apresentação, o coordenador da investigação, tenente-coronel Raul de Souza, disse que as condições do avião e do clima eram suficientes para realizar um pouso seguro.

“Os motores funcionavam perfeitamente na hora do impacto e com potência”, afirmou. Além disso, não houve colisão com Vants (veículos aéreos não tripulados) nem com pássaros.
“Até agora a coleta de dados não identificou nenhuma falha técnica da aeronave. Com relação a falha humana, a gente não pode afirmar que houve falha humana ainda. Isso é a próxima fase da análise”, declarou o major Carlos Henrique Baldin, que também participa da investigação.
Familiares e partido
Após a exposição dos oficiais da Aeronáutica, o advogado da família de Eduardo Campos, José Henrique Wanderley Filho, divulgou nota na qual afirma que os parentes somente se pronunciarão após a conclusão das investigações.

O irmão do ex-governador, Antonio Campos, também divulgou nota com teor semelhante:    "Após a divulgação oficial das conclusões dos inquéritos civil e criminal, que ainda não ocorreu, e, após acesso completo ao relatório e das investigações do Cenipa, divulgadas hoje, irei me pronunciar sobre as causas do acidente que vitimou meu irmão Eduardo Campos".
O PSB, partido de Campos, afirmou em nota que também aguarda o fim da investigação. "A Direção Nacional do PSB informa ainda que não fará qualquer pronunciamento sobre notícias que tenham sido ou venham a ser veiculadas trazendo supostas conclusões ou mesmo análises parciais dos fatos, aguardando a divulgação dos laudos oficiais pelas instituições encarregadas das apurações."
Frase coordenador investigação do acidente de Eduardo Campos (Foto: Arte/G1)Frase coordenador investigação do acidente de Eduardo Campos (Foto: Arte/G1)
Nota da Anac
Leia abaixo íntegra da nota da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre as investigações do acidente que matou Eduardo Campos.

Informações sobre investigação do PR-AFA        

                Brasília, 26 de janeiro de 2015 – A respeito das informações preliminares apresentadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre a investigação do acidente com a aeronave de matrícula PR-AFA na tarde desta segunda-feira (26/01), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informa que continua acompanhando o andamento dos trabalhos realizados pelo órgão, inclusive como membro do grupo de investigação do acidente, e se coloca à disposição para auxiliar nas atividades em curso.

                Pilotos
                Sobre o piloto em comando e o copiloto, a ANAC informa que os profissionais estavam com licença e habilitação C560 válidas no momento do acidente, o que permitiria operar todas as aeronaves desta família para as quais eles estivessem treinados. O regulamento da ANAC prevê o treinamento de diferença específico para que seja permitido transitar entre os diferentes modelos de aeronaves, tais como a transição entre os modelos XLS e XLS+.

                Segundo os registros de voo verificados pela ANAC por meio do Sistema Decolagem Certa, o comandante Marcos Martins havia realizado mais de 90 voos no modelo da aeronave C560XLS+.
                 Instrução Suplementar
                A Instrução Suplementar IS 61-004, publicada pela ANAC em 03 em julho de 2014, definiu novos procedimentos sobre o tipo de registro a ser demonstrado pelo piloto em relação à habilitação necessária para operar cada modelo de aeronave, tornando o processo de habilitação de pilotos ainda mais específico e completo.

                Segundo a  IS, é necessário o registro de treinamento específico, junto à ANAC, para operação de cada modelo de avião. Essa adequação deve ser feita, para os casos de habilitações já emitidas, no momento de renovação da habilitação.                
                  Recomendação do Cenipa
                A ANAC também esclarece que aguarda o recebimento dos estudos técnicos que embasaram a recomendação emitida pelo Cenipa em 28/11/2014 e informa que segue zelando pelo fiel e correto cumprimento da Instrução Suplementar (IS) 61-004 que trata do registro a ser demonstrado pelo piloto em relação às habilitações necessárias para operação em cada modelo de avião, emitida em data anterior ao recebimento da recomendação.

Assessoria de Comunicação da ANAC
Gerência Técnica de Relações com a Imprensa

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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Voo da AirAsia atingiu velocidade excessiva antes de cair





O avião da AirAsia que caiu no Mar de Java no dia 28 de dezembro, deixando 162 vítimas, voou em velocidade excessiva antes de parar, informaram autoridades da Indonésia nesta terça-feira, dia 20.   
O ministro dos Transportes Ignasius Jonan disse que o voo QZ8501, "de repente, ultrapassou a velocidade limite permitida e parou".   
Um relatório preliminar sobre as causas do acidente será divulgado no próximo dia 28, um mês após avião sumir dos radares. 

  
Histórico   
O AirAsia partiu de Surubaia, na Indonésia, com destino  a Cingapura. A aeronave sumiu dos radares 40 minutos após a decolagem, sendo que minutos antes, o piloto havia pedido uma alteração de rota por culpa do mau tempo. Ao todo, 162 pessoas estavam a bordo.
Tags: aeromave, autoridades, Indonésia, MAR, queda


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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Recuperada uma das caixas-pretas do avião que caiu no Mar de Java

  • 12/01/2015 08h00
  • Jacarta
Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto
AirAsia
AirAsiaAirBus/Direitos Reservados
As autoridades indonésias anunciaram hoje (12) terem recuperado uma das caixas-pretas do avião da AirAsia que caiu no Mar de Java há duas semanas com 162 pessoas a bordo.
"Recebi a informação do Comitê Nacional de Segurança nos Transportes de que conseguimos recuperar a caixa-preta que guarda os dados de voo", disse o diretor da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, Bambang Soelistyo, aos jornalistas.

A caixa-preta com os registros de voz da cabine da aeronave ainda não foi recuperada, acrescentou.

O Airbus A320-200 da AirAsia decolou, em 28 de dezembro, da cidade indonésia de Surabaia, com destino a Cingapura, onde deveria ter pousado cerca de duas horas depois, mas caiu no Mar de Java.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Relatório traz 10 companhias aéreas mais seguras; 2014 teve 21 acidentes fatais
 
Empresa australiana Qantas foi considerada a mais segura, segundo ranking que avaliou 449 companhias de aviação
   07/01/2015 - 00:39:50
Fonte: BBC Brasil   



BBC

A companhia aérea australiana Qantas foi considerada a mais segura em um ranking do site AirlineRatings.com, que avaliou 449 empresas de aviação segundo critérios de segurança.

O levantamento leva em conta se a companhia aérea é certificada pelo sistema de avaliação de segurança da Associação Internacional de Transportes Aéreos, se está na lista de empresas banidas dos espaços aéreos da União Europeia e dos Estados Unidos (que vetam empresas de histórico negativo de manutenção ou de países com baixa regulação do setor), se a empresa teve algum acidente fatal nos últimos dez anos e se o seu país de origem segue parâmetros de segurança aérea, entre outros critérios

Ao lado da Qantas, que nunca registrou um acidente fatal na atual era de aviões a jato, ficaram no topo do ranking do AirlineRatings.com as empresas (em ordem alfabética) Air New Zealand, Cathay Pacific Airways, British Airways, Emirates, Etihad Airways, EVA Air, Finnair, Lufthansa e Singapore Airlines, que são originárias da Europa, Ásia, Oceania e Oriente Médio.

No total, 149 companhias aéreas avaliadas obtiveram sete estrelas, a nota máxima. Além disso, a equipe do site avalia o histórico operacional das companhias para escolher as líderes do ranking.

As empresas brasileiras Gol, TAM e Azul tiveram seis estrelas. A Avianca (que apesar de colombiana tem subsidiária no Brasil) e a Passaredo obtiveram sete estrelas.

O AirlineRatings.com também identificou as que considera mais seguras no segmento de baixo custo, lista que inclui Aer Lingus, Alaska Airlines, Jetblue, Jetstar, entre outras.

Em contrapartida, quase 50 companhias aéreas avaliadas tiveram três estrelas ou menos no ranking de segurança do AirlineRatings.

"Cinco delas conseguiram apenas uma estrela: Agni Air, Nepal Airlines, Tara Air (as três são nepalesas), Kam Air (Afeganistão) e Scat (Cazaquistão)", diz o site.
Desastres aéreos de 2014

O AirlineRatings lembra que 2014 foi um ano de acidentes marcantes e trágicos na história da aviação civil: foram 21 deles, com 986 mortes, número superior à média dos últimos dez anos.

Estão nessa lista os acidentes envolvendo os aviões da Malaysia Airlines (um deles derrubado no espaço aéreo ucraniano; o outro, desaparecido no oceano Índico) e o da AirAsia, cujas buscas ainda estão em curso.

Mas, segundo o site, esses números ofuscam alguns fatos: "Claro que 21 acidentes com 986 mortes é algo triste. Mas as empresas de aviação globais transportaram um recorde de 3,3 bilhões de passageiros em 27 milhões de voos. Se voltarmos 50 anos no tempo, tivemos a assombrosa marca de 87 acidentes com 1.597 mortes, quando as empresas transportavam apenas 5% do total de passageiros atual".