Da Redação*
Em São Paulo
Atualizado às 17h02
Um avião MD-82 da companhia aérea Spanair, com 175 passageiros a bordo, saiu da pista no Terminal 4 do aeroporto de Barajas, em Madri (Espanha), nesta quarta-feira (20). A aeronave havia feito um pouso de emergência logo após a decolagem e chegou a voar novamente por alguns metros antes do acidente. O porta-voz das equipes de emergência, Ervigio Corral, confirmou mais de 140 pessoas mortas e 28 pessoas retiradas com vida do avião e direcionadas aos hospitais.
No entanto, há divergências. A ministra do Desenvolvimento da Espanha, Magdalena Alvarez, responsável pela aviação do país, falou em 26 sobreviventes. Já o conselheiro de Presidência, Justiça e Interior da Comunidade de Madrid, Francisco Granados, assegurou ao "El País", que, ainda que os dados sejam provisórios, há 20 feridos nos hospitais da região.
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Os corpos de mais de 100 vítimas foram transferidos a um local próximo ao aeroporto, onde especialistas da polícia e legistas dão seguimento aos trabalhos de identificação. Uma equipe da Guarda Civil busca vítimas em um rio próximo ao local do acidente, onde parte da fuselagem do avião caiu.
A Spanair afirma que havia 175 pessoas a bordo da aeronave -- 164 passageiros adultos, duas crianças e nove tripulantes. Sete dos passageiros eram do vôo compartilhado LH 255, da Lufthansa, sendo quatro deles alemães, diz o "El País". O consulado sueco também confirmou dois cidadãos do país entre as vítimas e fonte chilenas declararam ao menos um passageiro dessa nacionalidade.
Os feridos estão sendo levados a distintos hospitais de Madri. Os hospitais estão dando alta a alguns pacientes para conseguir espaço para atender às vítimas do acidente.
O vôo teria saído com uma hora de atraso, possivelmente por problemas técnicos. Em nota, a Spanair diz que "lamenta confirmar que o vôo JK 5022 de Madri para Las Palmas de Gran Canarias se envolveu em um acidente em Madri às 14h45 (horário local) de hoje" e que "está fazendo o possível para assistir as autoridades espanholas nesse momento difícil. A Spanair fornecerá mais informações assim que possível".
O diretor comercial da Spanair, Sergio Allar, disse ao "El País" que não tem informações sobre o acidente e que "é responsabilidade da aviação civil fazer a investigação". A empresa diz que o avião, ex-Korean Air, passou por revisão completa em 24 de janeiro e foi usado pela primeira vez em 1993. Já o presidente da companhia aérea escandinava SAS, Mats Jansson, ressaltou que ainda não há respostas sobre as causas do acidente com o avião de sua filial espanhola. "Há muitas perguntas que merecem respostas. Mas, por enquanto, não há respostas", desconversou.
Para a ministra Magdalena Alvarez, a causa do acidente parece ter sido por "erro na decolagem".
O sindicato de pilotos SEPLA afirmou ao jornal espanhol que o comandante e o piloto auxiliar moravam em Palmas e estavam "perfeitamente qualificados e tinham muita experiência" no manejo do modelo acidentado.
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Segundo a "Agência Efe", as caixas-pretas do avião foram recuperadas e serão o principal elemento da investigação sobre o acidente mais grave já ocorrido na Espanha desde 1985. Um juiz de Madri comandará de maneira imediata a investigação do acidente e ordenará um relatório sobre o conteúdo das caixas-pretas da aeronave acidentada. Fontes jurídicas informaram à agência que o magistrado foi ao aeroporto, à frente de uma comissão judicial, para averiguar de perto informações sobre o número de vítimas.
Um funcionário do AENA (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea) contou ao "El País" que o avião estava todo partido e "cheio de corpo". Segundo outras testemunhas, o motor esquerdo da aeronave pegou fogo logo após deslizar na pista e supostamente colidir no final da via. De acordo com o jornal espanhol, 11 caminhões de bombeiros trabalharam para conter o fogo, que já foi extinto.
Ao todo, 230 pessoas da equipe de resgate, 170 policiais municipais, 70 bombeiros e cerca de 45 ambulâncias estão no local, além de quatro hospitais de campanha, informa o "El País".
O incêndio no local gerou uma grande coluna de fumaça. O aeroporto ficou fechado para pousos e decolagens, mas já foi reaberto.
Os familiares dos passageiros já começam a chegar ao aeroporto, onde uma sala foi montada para oferecer ajuda. A Spanair fretou um vôo a partir de Gran Canaria para os familiares das vítimas.
Nos últimos dez anos, 42 pessoas morreram em acidentes aéreos no país. O último acidente de grande proporções aconteceu em Bilbao em 19 de fevereiro de 1985, quando morreram 148 pessoas. O pior de todos aconteceu em 27 de março de 1977 no aeroporto de Los Rodeos, em Tenerife, onde o choque de aeronaves matou 583 pessoas.
* Com informações de "El País", "El Mundo" e das agências internacionais.
* do UOL Notícias
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