quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Corpo de piloto é achado em praia da Bahia após sumiço de aeronave (Postado por Lucas Pinheiro)

Foi encontrado na manhã desta quarta-feira (26) o corpo do piloto da aeronave que desapareceu no sul da Bahia, na noite de segunda-feira (24), ao decolar em direção a Brasília, Distrito Federal, informou a Aeronáutica. Segundo a Infraero, o homem, que vestia uniforme de piloto e estava com a documentação, foi achado a 17 Km da praia, ao norte de Ilhéus, próximo ao condomínio Joia do Atlântico, por volta das 7h. Foram encontrados ainda destroços da aeronave, um pedaço da urna funerária onde era transportada uma mulher morta, documentos de navegação do bimotor e uma bolsa.

 Equipes da Infraero e da Capitania dos Portos se deslocaram para a região onde os destroços foram achados. Homens do Corpo de Bombeiros estão na praia desde a madrugada, quando foram acionados por pescadores locais.

"Recebemos uma ligação por volta das 00h30 de uma pessoa que se identificou como pescador dizendo que havia achado partes da aeronave. Deslocamos uma equipe para lá e verificamos que era verdade. Aguardamos agora a chegada da polícia e do DPT", diz sargento Edileusa, que estava no plantão dos Bombeiros no momento do telefonema.

 Buscas
As buscas pela aeronave foram retomadas no início da manhã desta quarta-feira (26), informou a Infraero. De acordo com o órgão, a Marinha também está na região e já acionou uma equipe de mergulhadores para auxiliar nas buscas.

Na terça-feira (25), um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), duas lanchas da Marinha e o Corpo de Bombeiros procuraram em terra e mar o bimotor Sêneca EMB-810, que transportava o corpo de uma mulher de 61 anos, que morreu afogada na Bahia no sábado (22), além do piloto e o marido da vítima, de 58 anos.

A Aeronáutica afirmou que o helicóptero da FAB percorreu área de 312 km², a pelo menos 20 km da costa. O Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, ficou fechado das 15h45 às 17h30 de terça-feira, devido à ação da Força Aérea Brasileira (FAB) dentro da unidade.

“Os aviões da FAB precisam fazer o procedimento livre de qualquer operação de outros aviões. Nesse período teríamos dois voos, que foram cancelados. As empresas fizeram a remarcação e acomodaram em hotéis as pessoas que viajariam nesses voos", informou o superintendente da Infraero do município, João Bosco Bezerra.

O bimotor saiu de Ilhéus às 22h15 de segunda-feira. A viagem até Brasília deveria durar 3h20, mas, sete minutos depois da decolagem, a torre de controle perdeu contato com o piloto. O pintor Luiz Oliveira observou a partida do avião. "Um jatinho... e logo depois, dez minutos, quando eu vi a sirene do aeroporto tocando bem alta", disse.

A aeronave, de prefixo PT-RDG, estava com documentação em dia, segundo registro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ela tinha capacidade para cinco passageiros e peso máximo de decolagem de 2.073 quilos.

Velório suspenso
A família que aguardava a chegada do corpo que estava no avião que desapareceu suspendeu o velório que estava marcado para a manhã de terça-feira, em Brasília. “Estava saindo para o velório quando a irmã da falecida me ligou avisando que o avião com o corpo não chegou e estava desaparecido”, disse ao G1 Ivone Cardoso, amiga da família.

Segundo ela, a mulher que morreu afogada viajava com o marido, a sogra e mais um casal de parentes. Ela se afogou ao cair em um buraco em uma praia do sul da Bahia no sábado. Os parentes retornaram a Brasília no domingo e o marido permaneceu na Bahia esperando a liberação do corpo, que ocorreu na segunda. Ele então alugou a aeronave para fazer o traslado.

 Ivone Cardoso afirma que a família não tem muitas informações sobre o desaparecimento do bimotor. “A última notícia que a família teve foi por meio de uma ligação do marido, dizendo que estava embarcando. A família estava esperando no aeroporto e ninguém chegou. Foi aí que a Infraero falou que o jatinho não havia chegado”.

O superintendente da Infraero em Ilhéus disse que o contato com o piloto foi perdido logo após o início do voo. "Logo depois da decolagem, que ocorreu por volta das 23h, não obtivemos mais contato com o piloto, chamamos e ele não retornou. Depois constatamos que a aeronave não chegou ao seu destino e acionamos os órgãos de salvamento".

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Monomotor que caiu em Goiás e matou 4 não tem registro, diz Anac (Postado por Lucas Pinheiro)



O avião monomotor que caiu em Acreúna, no sudoeste de Goiás, e matou quatro pessoas, na tarde de domingo (9), não tem registro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Anac, na manhã desta segunda-feira (10), e confirmou a informação inicialmente dada pelo major Misshel Faria, comandante do Corpo de Bombeiros de Santa Helena, que atendeu à ocorrência. “O prefixo N1009F, que está na aeronave, não existe. Como o avião veio dos Estados Unidos, provavelmente não está homologado para voar no Brasil”, explicou.

No acidente, que ocorreu logo após a decolagem, por volta das 17h30, morreram as irmãs Francielle Alves Freitas, 19 anos, e Andressa Alves Freitas, de 14 anos, a bancária Nívia Maria Gomes Barros, 24 anos, e o piloto Gary Paulo Costa e Silva, de 42 anos. Segundo testemunhas, ele vendia voos panorâmicos na cidade, pelos quais cobrava R$ 50.

Ao chegar ao local do acidente, no pasto de uma fazenda próxima à GO-513, que liga Acreúna ao distrito de Arantina, o major Faria disse que a maior preocupação foi evitar explosões. “Havia a ameaça de incêndio porque vazou muito combustível da aeronave. Para complicar, o tempo está seco e a pastagem, totalmente propícia à propagação das chamas. Então, jogamos água”, lembra.

Todas as vítimas foram retiradas do avião, sem dificuldades, enquanto a equipe do Corpo de Bombeiros aguardava a chegada do Instituto Médico Legal (IML) de Rio Verde. “Tentamos preservar ao máximo o local, sem modificar nada. Mas precisávamos retirar os corpos, pois o risco de explosão era grande”, argumentou o major Faria. A retirada dos corpos pelo IML aconteceu às 22h.

Segundo ele, não é possível falar em possíveis causas para o acidente. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi avisado logo após o acidente e deve analisar o caso, informou.

Próximo da fila
O gerente financeiro Abias Garcia Gomes, de 31 anos, estava no local do acidente e seria o próximo a fazer o voo panorâmico. Ele foi convidado para o passeio pelos amigos, a bancária Nívia, que morreu na queda da aeronave, e pelo namorado dela, Renato Alves Feitosa, de 28 anos. “Eu estava em casa quando eles me ligaram para voar. Encontrei com eles por volta das 16h e entrei na fila. Faltava uma pessoa para completar o voo e a Nívia foi. Eu seria o próximo a voar”, recorda-se.

De acordo com Abias, o piloto do monomotor, Gary Paulo Costa e Silva, era amigo da família de Renato: “Eles se conheciam há muito tempo. Eram amigos”. A queda do monomotor, calcula, aconteceu menos de um minuto após a decolagem.

“O avião fez uma conversão à esquerda, pois iria voltar em direção à cidade, mas não voltou. Ele sumiu no meio do mato. Ouvimos um barulho, não muito alto, mas, como ele desceu e não subiu, fomos todos atrás. Chegamos no local da queda menos de trinta segundos depois”, descreveu.

Piloto experiente
Em entrevista ao G1, o pai do piloto Gary Paulo, Aniceto de Oliveira, confirmou que o filho comprou o monomotor nos Estados Unidos e o trouxe para o Brasil. “Ele mesmo veio pilotando”, revela. Também piloto, o pai de Gary afirmou que o filho tinha mais de 10 anos de experiência e 2 mil horas de voo. Garantiu ainda que o avião era muito seguro e equipado.

Segundo Aniceto, Gary morava em Pontalina, no sul do estado, e foi para Acreúna fazer os passeios panorâmicos por causa do movimento da 14ª Exposição Agropecuária da cidade (Expoacre), que terminou no domingo (9). "Ele tem uns amigos aqui que o convidaram para fazer os voos", explicou

Aniversário
Pai de Francielle e Andressa, o gerente de fazenda Salomão Batista Freitas, 39 anos, levou as filhas para o passeio e assistiu à queda da aeronave. Enquanto esperava a remoção dos corpos, ele conversou com o G1 e lamentou: "Meus ourinhos estão alí".

Salomão conta que pagou R$ 50 para cada uma filha fazer o voo panorâmico, que seria de 5 minutos. As jovens, lembra, estavam muito animadas, principalmente Francielle, que era casada com Rogério Martins da Costa e deixou uma filha de 5 meses de idade.

Andressa, que completou 14 anos no sábado (8), insistiu para ir junto com a irmã, segundo o pai. Salomão disse que chegou a ponderar com a filha, que ela poderia enjoar, mas a adolescente brincou: "Se eu enjoar, vomito em cima da minha irmã".

Ainda no local do acidente, Salomão não se conteve ao ver os corpos das filhas sendo levados pelo IML e chorou. “Não me importo se há risco em ficar aqui. Se for pra morrer junto com elas, não tem problema”, desabafou, ao ser alertado pelo Corpo de Bombeiros sobre a possibilidade de haver algum tipo de explosão no local.