domingo, 17 de agosto de 2014

Relembre outros políticos que morreram em acidentes aéreos

Ex-presidentes, governadores, deputados e senadores morreram em quedas de aviões e helicópteros

13/08/2014 | 17h33
Vários políticos brasileiros ou pessoas que passaram pelo poder já perderam a vida em acidentes aéreos. Dois chegaram ao mais alto cargo da República. Conheça alguns dos casos mais famosos.
Leia as últimas notícias sobre a morte de Eduardo Campos
Salgado Filho

O senador gaúcho Joaquim Pedro Salgado Filho morreu em um acidente aéreo no dia 30 de julho de 1950, em São Francisco de Assis, na região central do Estado. O político de 62 anos, que dá nome ao aeroporto da Capital, estava em campanha para o governo do Estado pelo PTB e viajava de Porto Alegre para São Borja, onde encontraria Getúlio Vargas. Foi o primeiro ministro da Aeronáutica do Brasil e considerado o organizador da aviação civil nacional. Dois dias antes ocorreu um outro acidente aéreo no Morro do Chapéu, em Sapucaia do Sul, que matou 44 passageiros e sete tripulantes. Espalhou-se o boato de que Salgado Filho seria uma das vítimas porque a aeronave vinha do Rio de Janeiro. Mas nesse dia Salgado Filho se deslocou do Rio para Porto Alegre em outro voo.
Nereu Ramos e Jorge Lacerda

Um acidente em São José dos Pinhais (PR) no dia 16 de junho de 1958, matou três políticos. Entre eles, um chegou a assumir a Presidência da República. Uma das vítimas foi catarinense Nereu Ramos, à época 1º vice-presidente do Senado, que exerceu o mais alto cargo do país durante dois meses e 21 dias, entre 11 novembro de 1955 e 31 de janeiro de 1956. Morreram ainda no mesmo acidente o governador de Santa Catarina, Jorge Lacerda, e o deputado federal Leoberto Leal. A aeronave viajava de Florianópolis para o Rio
Fernando Ferrari

Considerado um dos principais ideólogos do trabalhismo, o economista e político gaúcho Fernando Ferrari perdeu a vida na queda de uma aeronave no dia 25 de maio de 1963, pouco antes de completar 42 anos. O acidente ocorreu onde hoje é o município de Três Cachoeiras, próximo a Torres, no litoral norte do Estado. Também advogado e escritor, Ferrari foi deputado estadual e federal. Em 1960, concorreu ao cargo de vice-presidente, mas perdeu a disputa para João Goulart. Chegou a ocorrer uma investigação sobre uma possível sabotagem, mas as conclusões das autoridades foram de que a queda ocorreu devido a condições climáticas adversas. Ferrari viajava para uma conferência em Torres.
Castelo Branco

Primeiro presidente militar após o golpe de 1964, o marechal Humberto Castelo Branco também foi vítima de um acidente aéreo. No dia 18 de julho de 1967, nas proximidades de Fortaleza, no Ceará, a aeronave em que viajava foi atingida pela asa de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB). O avião militar conseguiu pousar na base aérea da capital cearense. Castelo Branco havia governado o país até março daquele ano, quando passou o poder para o general Costa e Silva. Também houve a suspeita depois não comprovada de que a colisão não teria sido um acidente, mas um plano para matar o ex-presidente
Filinto Müller

Mais conhecido pela História como chefe da polícia política de Getúlio Vargas, quando foi acusado de tortura, Filinto Müller morreu em Paris no dia 11 de julho de 1973 devido à fumaça de um incêndio no interior de uma aeronave da Varig causado por um cigarro aceso jogado em um cesto de toalhas de um dos banheiros. O piloto teve de fazer um pouso forçado antes de chegar ao aeroporto de Orly, na capital francesa. Mesmo assim, morreram sete dos 17 tripulantes e apenas um dos 117 passageiros sobreviveu. Müller foi um dos fundadores do PSD. Conquistou pela primeira vez uma cadeira como senador pelo Mato Grosso em 1947. Antes de sua morte, ainda em 1973, foi eleito presidente do Senado.
Ulysses Guimarães e Severo Gomes

Uma das mais importantes lideranças da luta pela redemocratização do Brasil, o deputado federal Ulysses Guimarães despareceu após um acidente de helicóptero no dia 12 de outubro de 1992, no litoral de Angra dos Reis (RJ). Mesmo que seu corpo não tenha sido encontrado, sua morte foi reconhecida oficialmente. Ulysses foi também deputado estadual em São Paulo e ministro do governo João Goulart. No Congresso Nacional, presidiu a Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na promulgação da Constituição de 1988. No ano seguinte, chegou a concorrer à Presidência da República pelo PMDB.
Além de Ulysses, no mesmo acidente morreram a sua mulher, Mora Guimarães, e o ex-senador Severo Gomes, também com a esposa. Senador por São Paulo de 1983 a 1991, Severo Gomes foi ainda ministro dos presidentes militares Castelo Branco e Ernesto Geisel.
Júlio Redecker

Eleito quatro vezes para a Câmara, o deputado federal gaúcho Júlio Redecker foi uma das 199 vítimas do voo TAM 3054, no dia 17 de julho de 2007. A aeronave decolou de Porto Alegre rumo a São Paulo e sofreu um acidente durante o pouso no aeroporto de Congonhas, na capital paulista. O Airbus 320 não conseguiu parar na pista, atravessou uma avenida ao lado do aeroporto e colidiu a 175 quilômetros por hora em um prédio da própria TAM no outro lado da via. Redecker iniciou a sua trajetória política pela extinta Arena e passou pelas siglas que a sucederam a até filiar-se ao PSDB em 2003.
Curiosidade
Há quem considere a queda do hidroavião Santos Dumont na Baía de Guanabara, no Rio, no dia 3 de dezembro de 1928, o primeiro acidente da aviação comercial brasileira. A tragédia teria sido presenciada pelo próprio Dumont, que retornava ao Brasil e era homenageado. A queda matou o médico sanitarista pernambucano Amaury de Medeiros, também político. Ele era deputado federal por seu Estado.